Sou dos que esperou por este momento para manifestar o desagrado pelo futebol à Fernando Santos. Nunca gostei, mas lá foi trazendo resultados, e calava-me.
Esta obsessão pelo controlo da bola, combinada com a mania portuguesa de que não faz mal falhar (que temos tempo), resultou numa equipa infantil, sem acutilância, que dependia de rasgos individuais para ter algum acerto — e de muita sorte, como foi com a Espanha e com o Irão. A necessidade de ir crescendo como equipa a partir da fase de grupos não podia ser satisfeita com uma equipa assim.
Até podiam ser os mesmos jogadores, mas como equipa teriam de ter outra dimensão. Nunca percebi se o crescimento chegou a acontecer no Europeu de 2016, e neste Mundial da Rússia parecia ainda mais inalcançável.
A lição com o Uruguai não é fazer exactamente o oposto, pois não é a imitar os outros que vamos saber crescer. Precisamos duma personalidade, que volte a trazer o belo futebol das equipas de 2000 e 2002, e duma visão institucional que nos liberte dos treinadores medrosos.